Com a nova metodologia utilizada pelo órgão, o tempo médio de aprovação dos projetos caiu cerca de 40%, o que possibilita que as obras sejam licitadas mais rápido. A quantidade de revisões também foi reduzida significativamente e o número de não conformidades técnicas por projeto diminuiu quase pela metade
A Secretaria de Infraestrutura do Recife, através da Autarquia de Urbanização do Recife (URB), participou, nesta quarta-feira (21), do BIM Fórum Brasil Conference, realizado em São Paulo. Durante o evento, profissionais do órgão apresentaram o estudo de caso “Prefeitura do Recife: BIM e Gestão da Informação em Projetos de Estabilização e Contenção de Encostas”, que detalha as transformações na gestão de contratos e nos processos de análise e aprovação de projetos executivos de contenção de encostas e urbanização em áreas de risco, a partir da adoção do Ambiente Comum de Dados (CDE) e automação dos processos.
O estudo de caso foi desenvolvido com base na contratação, via licitação realizada pela Prefeitura do Recife, de mais de 400 projetos de engenharia voltados à contenção de encostas e à urbanização, com foco na redução dos riscos de deslizamentos em áreas vulneráveis da cidade. Desde então, 144 projetos já foram aprovados e orçados, refletindo R$ 500 milhões em execução de obras, e outros 87 estão em análise ou em fase de aprovação.
Para garantir mais eficiência e qualidade, a gestão municipal determinou que todos os projetos fossem elaborados em BIM (Modelagem da Informação da Construção), tecnologia que assegura maior precisão no planejamento das obras, e organizados por meio da Autodesk Construction Cloud, que é um sistema digital que reúne e centraliza todos os documentos e informações em um único ambiente.
“Antes, cada empresa utilizava uma ferramenta diferente para o compartilhamento de arquivos, o que dificultava o controle por parte da Prefeitura. Agora, todo o processo está padronizado e centralizado. Com isso, os projetos são analisados com mais rapidez e clareza, e os erros são identificados e corrigidos com mais facilidade”, detalha Luana Gentil, Diretora de Planejamento e Projetos da URB. Também foi criado um checklist com 140 itens para garantir que todos os critérios sejam verificados antes da aprovação de cada projeto.
Com a nova metodologia, o tempo médio de aprovação dos projetos caiu cerca de 40%, o que possibilita que as obras sejam licitadas mais rápido. A quantidade de revisões também foi reduzida significativamente, evidenciando a melhoria na qualidade dos documentos entregues. Além disso, o número de não conformidades técnicas por projeto diminuiu quase pela metade.
Outro ganho importante foi o aumento no controle e na rastreabilidade das informações. “Agora todas as alterações nos arquivos são registradas automaticamente na plataforma digital, o que facilita auditorias e permite o monitoramento detalhado de cada etapa”, explica Luana.
Os projetos em BIM também apresentaram maior nível de detalhamento e menor índice de incompatibilidades entre disciplinas técnicas, o que contribui para a execução mais eficiente das obras. Além disso, a prefeitura organizou um banco de dados e mapeamento com a localização precisa de cada encosta, a partir dos projetos georeferenciados.
Participaram do estudo de caso as profissionais e os profissionais da URB Luana Gentil, Dâmaris Tavares, Bernardo Lyra, Juan Camilo, Natália Milhomem, Ricardo Almeida, Angelina e Carla Pereira.
FOTOS: DIVULGAÇÃO
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