Pesquisa Latam Pulse divulgada por AtlasIntel e Bloomberg nesta sexta-feira, 7, indica que metade dos brasileiros acredita que políticas de direita são mais efetivas para enfrentar o crime. Dos 5.710 consultados de 24 a 27 de fevereiro, 50% optaram por “direita” para responder à pergunta “na sua opinião, qual campo ideológico da política tem as melhores propostas para combater o crime?”.
Metade dos colombianos também optou por “direita”. O México foi o único país entre os cinco consultados (Argentina e Chile são os outros) no qual a maioria da população (41%) optou por “esquerda”, e é também onde a maior parte (27%) não confia em nenhuma das ideologias (veja abaixo). Apenas 26% optaram por “esquerda” e 3%, pelo “centro”. A margem de erro da pesquisa é de um ponto percentual para mais ou para menos.

Fonte: Latam Pulso/ AtlasIntel & Bloomberg
A pesquisa divulgada nesta sexta reforça a impressão deixada pelo governo de Ronaldo Caiado (União) em Goiás. O governador, que lança sua pré-candidatura à presidência da República em 4 de abril, é o mais bem avaliado do país, e seu principal quesito de aprovação é a segurança pública. Caiado tem usado seus índices de aprovação em segurança pública para rivalizar com Lula, cujo tenta interferir na questão a partir da esfera federal. Em dezembro de 2024, um decreto do Ministério da Justiça definiu novas diretrizes para o uso da força por policiais no Brasil.
A pesquisa Latam Pulse também mostra que 72% dos brasileiros apoiam “restringir certos direitos humanos para e liberdades civis para punir criminosos”. Apenas 21% são contra. O apoio dos brasileiros só não é maior do que no Chile, onde 75% apoiariam esse tipo de medida. E o México, mais uma vez, é o país mais distinto: 50% são contra as restrições aos direitos humanos, e 43%, a favor. Para 47% dos brasileiros, aprovar leis mais duras contra o crime seria a medida mais efetiva para enfrentar os criminosos. “Erradicar a corrupção do Judiciário e das forças policiai” foi escolhido por 34%.
Outro dado da pesquisa: 50% dos brasileiros são céticos quanto à capacidade da polícia de identificar responsáveis por homicídios. Essa é, contudo, a menor desconfiança entre os países consultados. No México, 84% não acreditam na eficiência das forças policiais. O levantamento indica ainda que “a grande maioria dos latino-americanos — cerca de 90% no Brasil (86%), Colômbia (91%) e México (92%) — acredita que organizações criminosas se infiltraram em setores-chave dos sistemas político e de Justiça”.
Há harmonia também entre os países consultados na resposta à pergunta “quanto os níveis de criminalidade influenciam suas decisões de voto nas eleições nacionais?”. Em nenhum dos países consultados o número é menor de 75% nesse quesito.
Desconfiança
É generalizada também a desconfiança sobre o comprometimento dos políticos em reduzir as taxas de crime. Mas quem desconfia mais são os brasileiros: 96% responderam “não” à seguinte pergunta: “Você acha que a maioria dos políticos no seu país está genuinamente comprometida em reduzir a criminalidade ou eles usam isso principalmente para ganhos políticos?”. Por outro lado, 51% dos brasileiros dizem confiar na polícia — apenas os chilenos (67%) confiam mais —, mas apenas 27% afirmam confiar nas forças militares para combater o crime.
Já o Judiciário só conta com a confiança de 27% dos brasileiros para enfrentar o crime, e, mesmo baixo, esse é o maior nível de confiança dos cinco países consultados. No Chile, apenas 7% confiam.
Fonte: O Antagonista
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