Apesar do desgaste provocado pela fraude bilionária no Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) e da irritação de Lula, o Palácio do Planalto iniciou uma defesa cautelosa do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (foto), levando em consideração o peso do PDT, partido de Lupi, na base aliada.
Em conversa com jornalistas durante um ato de 1º de Maio, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, defendeu a capacidade de Lupi de reorganizar o INSS com a mudança na gestão do instituto.
“A continuidade de um ministro muitas vezes passa pela avaliação política, não é simplesmente se ele tem culpa ou não tem. Você pode ter uma situação política de ausência de sustentabilidade ou de manutenção da sustentabilidade. O ministro [Lupi] tem as ferramentas, agora, com a nova gestão do INSS, para poder tomar as decisões, fazer as correções de rota e dar garantia à sociedade de que o INSS é uma instituição séria. A partir daí é decisão eminentemente política, que cabe ao presidente”, afirmou.
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Marcio Macêdo, também saiu em defesa do ministro da Previdência.
“Escândalos acontecem em qualquer lugar do mundo. A diferença é como se enfrenta. Nos regimes totalitários, se escondem. Nos regimes democráticos, vêm à tona”, disse.
“O presidente Lula tomou uma decisão rápida e séria. Afastou quem tinha que afastar, demitiu quem tinha que demitir, foi preso quem tinha que ser preso nessa fase. O processo vai continuar de forma transparente”, continuou.
A importância do PDT
Além de ministro da Previdência Social, Carlos Lupi é presidente licenciado do PDT.
Com 17 deputados na Câmara, a sigla mantém uma alta fidelidade na base do governo.
O líder do PDT na Câmara dos Deputados, Mário Heringer (MG), tem dado entrevistas condicionando a continuidade do partido na base aliada à manutenção de Lupi no cargo.
“Na minha opinião, se Lupi for demitido, eu acho que ele [Lula] demite o partido. Acho que o partido não tem que colocar substituto de maneira alguma”, afirmou o deputado ao Poder360.
Questionado sobre a hipótese de Lupi pedir demissão, Heringer defendeu que o PDT se abstenha de indicar um novo nome.
“Advogo a posição que nenhum de nós volte para esse ministério, porque não há possibilidade de a gente fingir que o nosso companheiro não foi atingido”, disse.
“Não tem sentido a gente abraçar somente o ônus e não ter o bônus por apoiar o governo”, continuou.
Lula e Lupi se reúnem
O presidente Lula e o ministro Carlos Lupi devem se reunir nesta sexta-feira, 2, para discutir a continuidade do pedetista no governo.
Segundo a CNN Brasil, Lupi avalia a possibilidade de deixar o governo e indicar um substituto para pasta.
A decisão, no entanto, dependerá da conversa com o chefe do Executivo.
De O Antagonista
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